Versión castellana
Sonia Delaunay-Terk, Prismas elétricos, 1914 |
Na arte, vanguarda (avant-garde em francês) se refere tanto à atitude moderna de certos artistas quanto à natureza experimental e inovadora de suas obras de arte. A arte de vanguarda desafia, altera e redefine os limites da norma estabelecida e dos valores estéticos. Desenvolvidas entre 1830 e 1930, as vanguardas artísticas europeias constituem uma característica marcante da modernidade no Ocidente. Sua característica principal é a liberdade de expressão, o que envolve atitudes não conformistas, a ruptura de modelos estéticos até então dominantes, a reestruturação da obra de arte através do uso de recursos formais inovadores, o interesse por assuntos inéditos, a exploração de questões geralmente pouco conhecidas, a experimentação de novas modalidades de expressão e inclusive a abordagem de ideias e valores habitualmente considerados “tabus”.
A arte de vanguarda, devido a isso, carrega tanto a transgressão quanto a reformulação da ordem estabelecida, uma vez que o artista moderno está absolutamente convencido da importância de sua intervenção e disposto a sacrificar tudo com o objetivo de alcançar a já mencionada liberdade de expressão. Desde antes do alvorecer do século 20, os artistas de vanguarda trabalham como verdadeiros pioneiros culturais, frequentemente com um considerável interesse, compromisso ou inclusive ativismo dentro dos movimentos sociais e políticos de sua época.
Historicamente houve um grande número de artistas judeus de vanguarda na Europa.
Através de seus retratos de rabinos e judeus europeus, Isidor Kaufmann deixou de lado o Segundo Mandamento, especificamente a sua proibição de representar tudo o que existe sobre a terra. Mas, paradoxalmente, o impecável realismo desenvolvido por Kaufmann teve como alvo um objetivo pessoal, a que o artista se referiu em 1917: “Tornei-me o pintor do judaísmo. Sempre procurei glorificá-lo e exaltá-lo. Esmerei-me em revelar a sua beleza e nobreza.”
Por sua vez, Camille Pissarro e Max Liebermann, destacados pintores impressionistas, interessaram-se pela incidência da luz e dos efeitos atmosféricos sobre o mundo visível, o que os levou a realizar boa parte de sua obra não no ateliê, mas ao ar livre.
O fascínio pela máscara africana teve importância considerável na produção artística de Amedeo Modigliani, Man Ray, Otto Freundlich e Jacob Epstein.
A forma e a cor foram expressadas livremente nas pinturas de Chaïm Soutine, Issachar Ryback, Sonia Delaunay-Terk e Marc Chagall. Em termos de escultura, significativa foi a contribuição de Jacques Lipchitz. Contudo, foi na obra de El Lissitzky que a arte figurativa se transformou em arte abstrata. Como digno representante da Bauhaus e sua celebração da Estética da Máquina, Lásló Moholy-Nagy cultivou em suas obras a abstração geométrica, enquanto Naum Gabo e Anton Pevsner articularam esculturas abstratas frequentemente cinéticas.
O influente modelo funcionalista moderno de acordo com o qual a forma deve se submeter à função foi posto à prova pela intervenção de artistas como Man Ray e Meret Oppenheim. Presente é uma escultura criada por Man Ray em 1921. Trata-se de um ferro de passar ao qual o artista acrescentou uma fila de pregos, tornando-o assim antifuncional, já que “passar” a roupa com tal objeto só poderia destruí-la. É o familiar tornado inquietante. Este aspecto reaparece em Objeto, escultura de 1936 realizada por Oppenheim e formada por uma xícara com seus respectivos pires e colher, tudo forrado com a pele de um animal selvagem. Intencionalmente antifuncional, o Objeto de Oppenheim, assim como o Presente de Ray, envolve uma espécie de jogo com o familiar, mas o torna inquietante. Presente sugere agressividade, enquanto que Objeto parece ser o resultado de estranhas associações oníricas. Enquanto Presente fala da anarquia própria do movimento dadaísta, Objeto pertence ao lirismo poético do Surrealismo. E, ainda que cáusticas (quando não grotescas), ambas as obras de arte são sumamente originais e modernas. Mais ainda, elas são notáveis expressões de vanguarda e também exemplos acabados da proverbial dialética hebreia.
A arte de vanguarda, devido a isso, carrega tanto a transgressão quanto a reformulação da ordem estabelecida, uma vez que o artista moderno está absolutamente convencido da importância de sua intervenção e disposto a sacrificar tudo com o objetivo de alcançar a já mencionada liberdade de expressão. Desde antes do alvorecer do século 20, os artistas de vanguarda trabalham como verdadeiros pioneiros culturais, frequentemente com um considerável interesse, compromisso ou inclusive ativismo dentro dos movimentos sociais e políticos de sua época.
Historicamente houve um grande número de artistas judeus de vanguarda na Europa.
Através de seus retratos de rabinos e judeus europeus, Isidor Kaufmann deixou de lado o Segundo Mandamento, especificamente a sua proibição de representar tudo o que existe sobre a terra. Mas, paradoxalmente, o impecável realismo desenvolvido por Kaufmann teve como alvo um objetivo pessoal, a que o artista se referiu em 1917: “Tornei-me o pintor do judaísmo. Sempre procurei glorificá-lo e exaltá-lo. Esmerei-me em revelar a sua beleza e nobreza.”
Por sua vez, Camille Pissarro e Max Liebermann, destacados pintores impressionistas, interessaram-se pela incidência da luz e dos efeitos atmosféricos sobre o mundo visível, o que os levou a realizar boa parte de sua obra não no ateliê, mas ao ar livre.
O fascínio pela máscara africana teve importância considerável na produção artística de Amedeo Modigliani, Man Ray, Otto Freundlich e Jacob Epstein.
A forma e a cor foram expressadas livremente nas pinturas de Chaïm Soutine, Issachar Ryback, Sonia Delaunay-Terk e Marc Chagall. Em termos de escultura, significativa foi a contribuição de Jacques Lipchitz. Contudo, foi na obra de El Lissitzky que a arte figurativa se transformou em arte abstrata. Como digno representante da Bauhaus e sua celebração da Estética da Máquina, Lásló Moholy-Nagy cultivou em suas obras a abstração geométrica, enquanto Naum Gabo e Anton Pevsner articularam esculturas abstratas frequentemente cinéticas.
O influente modelo funcionalista moderno de acordo com o qual a forma deve se submeter à função foi posto à prova pela intervenção de artistas como Man Ray e Meret Oppenheim. Presente é uma escultura criada por Man Ray em 1921. Trata-se de um ferro de passar ao qual o artista acrescentou uma fila de pregos, tornando-o assim antifuncional, já que “passar” a roupa com tal objeto só poderia destruí-la. É o familiar tornado inquietante. Este aspecto reaparece em Objeto, escultura de 1936 realizada por Oppenheim e formada por uma xícara com seus respectivos pires e colher, tudo forrado com a pele de um animal selvagem. Intencionalmente antifuncional, o Objeto de Oppenheim, assim como o Presente de Ray, envolve uma espécie de jogo com o familiar, mas o torna inquietante. Presente sugere agressividade, enquanto que Objeto parece ser o resultado de estranhas associações oníricas. Enquanto Presente fala da anarquia própria do movimento dadaísta, Objeto pertence ao lirismo poético do Surrealismo. E, ainda que cáusticas (quando não grotescas), ambas as obras de arte são sumamente originais e modernas. Mais ainda, elas são notáveis expressões de vanguarda e também exemplos acabados da proverbial dialética hebreia.
Coluna Arte e Identidade 4. Expressões hebreias de vanguarda
Boletim ASA 161, Julho/Agosto de 2016
Ano 28, Arte e Identidade 1 de Julho de 2016
PASSEPARTOUT. Artista plástico, arquiteto e historiador da Arte. Pesquisador sul-americano especializado em comunicação visual. Conferencista independente com 12 prêmios internacionais em Arte e Educação.
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